sábado, 29 de agosto de 2009

O SOLISTA


Acabei de ver o filme e tenho que dizer que não se trata de um filme maravilhoso, mas sim de um filme que faz a gente parar para pensar. Quando acabou o filme precisei ficar um pouco em silencio. Eu pensei em uma frase que o Steve Lopez falou em uma cena do filme. Ele disse que jamais havia amado algo como Nathaniel amava sua musica, e nessa cena pude ver que Steve sentia inveja de Nathaniel, por jamais se sentir daquela forma. Mas deixem-me contar primeiro alguns dados sobre o filme.
O Solista é um filme baseado em uma historia realmente real de um jornalista chamado Steve Lopez que escreve uma coluna no Los Angeles Times ele conhece um homem desabrigado chamado Nathaniel Ayers que toca um violino de duas cordas nas ruas de L.A.
Steve se interessa pela historia de Nathaniel ao descobrir que ele já havia estudado em uma das mais importantes escolas de artes performáticas dos Estados Unidos, a famosa Juilliard. A partir daí ele passa a contar sobre a vida de Nathaniel em sua coluna. Com o tempo Steve descobre que Nathaniel sofre de uma doença chamada esquizofrenia e ele passa a tentar ajuda-lo sem muito sucesso. A coluna de Steve se tornou um livro e logo se transformou no filme O Solista.
O filme tem estréia prevista no Brasil para o mês de outubro e detalha bem as dificuldades sofridas pelo jornalista ao tentar ajudar um homem de rua com sérios problemas mentais. É uma viajem pensar até onde poderíamos ir para ajudar á um desconhecido, ainda mais quando se trata de alguém que vive nas ruas.
Pouca gente sabe da historia que vou contar agora, ate porque a pessoa em questão não costuma contar muito sobre isso, mas eu conheço alguém que já tentou fazer algo parecido com o que o protagonista do filme fez. Alguém de carne e osso que eu tenho como amiga já á alguns anos. Lembro-me da época que ela ajudava um menino pobre que vivia em uma favela. Ela tentava levar ele para a igreja, mas sempre que ela chegava com o garoto mal vestido as pessoas se afastavam e olhavam pelo canto dos olhos. Eu particularmente ficava impressionada com ela tentando ajudar o rapaz. Mas era uma das idéias da igreja. Ajudar as pessoas do mundo. Mas na verdade as pessoas daquela igreja costumavam ajudar outras pessoas tão bem vestidas quanto elas, eu até entendi o ponto de vista delas. Afinal é mais fácil abraçar alguém cheiroso e com boa aparência certo?
Mas essa menina não pensava assim. Ela ia até as ruas buscar a quem ajudar. Ela não olhava para a marca da roupa que a pessoa usava. Nem se quer se preocupava com o fato da pessoa estar á algum tempo sem tomar banho. Um coração nobre. Só eu sei o que ela já enfrentou por ter um coração assim. Os piolhos... O risco de dirigir á noite em um lugar perigoso... A venda de garrafas d’água no meio da rua para arrecadar dinheiro... Abrigando desconhecidos eu seu sofá da sala de estar... Sua mãe gritando com ela por isso...As doações de tempo e dinheiro...Eu tentava seguir seu exemplo, mas não chegava nem aos pés do que ela fazia. Mas é engraçado como as pessoas se revoltam com pessoas como ela e tentam diminuir o seu valor. Ela não agüentou a pressão por muito tempo e Deus sabe como ela tentou ser forte. Mas um dia ela finalmente desistiu. A surpresa no rosto daqueles que á massacrava era um tanto engraçada. Quem não desistiria afinal? Lutar contra um sistema antidemocrático é algo praticado também em lugares que a gente menos imagina. Mas pra mim ela é e sempre será uma vencedora. Ela na verdade foi á primeira e única pessoa que eu realmente vi tentar. Os outros só ficavam debaixo de seus ares-condicionados se sentido os donos da verdade. Não é a toa que hoje em dia busco me manter longe de certos lugares. Quem pode me julgar por isso? Só Jesus. Mas dela eu continuo perto. Ela é o tipo de pessoa que eu encontrei no mundo e que não abro mão. Ela faz valer á pena alguns sacrifícios. Muitas coisas eu não lamento por ter ela em meu caminho. Minha melhor amiga. E vendo esse filme eu pensei nela. Lembrei que no mundo ainda existe gente capaz de entregar amor incondicional. Ajudar sem esperança de retorno. Lembrei que ainda podemos ter fé nas pessoas e que o mundo não é só feito de gente mentirosa e corrupta. Temos pessoas de bom coração espalhadas pelo mundo. Eu tenho certeza disso. Eu tenho alguém assim em minha vida e sou grata. Não posso citar o nome dela aqui, mas se ela ler algum dia ela vai saber que é dela que eu estou falando. Para quem está boiando com as coisas que estou escrevendo fica o meu conselho á ver esse filme. Os efeitos especiais do filme não são com bombas ou carros velozes, são outros tipos de efeitos. Algo mais simples como o efeito do amor e da amizade.

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